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31/10/2019 | 15h36 - Atualizada em 31/10/2019 | 15h40

Alepa presta homenagem às mulheres que ajudam no combate e prevenção do câncer de mama

Reportagem: Andrea Santos

Edição: Syanne Neno

Para fechar o mês de Outubro, durante o qual se celebrou o Outubro Rosa, destinado ao combate e prevenção do câncer de mama, a Assembleia Legislativa do Estado do Pará, através da Procuradoria Especial da Mulher da Alepa, realizou na manhã desta quinta-feira (31.10), no auditório João Batista, uma Sessão Especial que debateu a prevenção do câncer de mama e homenageou mulheres que trabalham em defesa da causa.

A deputada professora Nilse Pinheiro, Procuradora da Procuradoria Especial da Mulher da Alepa, junto com as deputadas Dilvanda Faro e Michelle Begot, abordou o assunto, destacando o trabalho da Casa de Leis. "O cenário crítico tem que mudar e estamos atentas para isso. Somos dez deputadas engajadas na mesma luta, no propósito de fazer a mudança diante de um assunto tão delicado que é o câncer de mama. Estamos trabalhando para que mude o quadro no atendimento, no tratamento do câncer. Ainda é muito difícil, mas esta Casa acredita que esse cenário pode mudar. Os deputados desse Poder buscam com o Executivo mais ações de saúde para combater o câncer de mama. A Procuradoria Especial da Mulher desse Parlamento é uma resposta aos que acreditam num trabalho mais eficaz à população do Pará", falou a parlamentar.

"Em primeiro lugar agradeço a Deus por esse momento, a cada servidor desta Casa que fez com que esse encontro fosse possível. Para mim é muito importante estar aqui explicando e ensinando a muitas mulheres, que em sua grande maioria não participam de palestra que fala sobre câncer de mama", disse a médica Fé Leiko Motoqui, que recebeu uma homenagem pelo reconhecimento do seu trabalho à comunidade.

Em sua fala, a médica destacou que: "Enfrentar o diagnóstico de câncer de mama não é tarefa fácil para nenhuma mulher. As sessões de quimioterapia e radioterapia prejudicam a autoestima e podem levar a mulher à depressão. Por isso, digo a vocês: se tem alguém com essa doença em seu meio, fale que o ame, tenha carinho e dedicação, mas não deixe para dizer isso a uma pessoa somente se aparecer a doença. Aos homens, em sua maioria, são uns covardes quando sabem que sua mulher está com câncer, abandonam e deixam a sua casa, saem de perto dela e dos seus filhos, isso dói", afirmou ela.

Nubia Ribeiro, 49 anos, casada e mãe de três filhos, estudante de Serviço Social da UFPA, foi diagnosticada com câncer de mama em novembro de 2011. "Foi um processo difícil, faço anualmente os exames que devo realizar, não tenho mais a doença. No momento em que ouvi da médica que estava com câncer, não desabei, falou mais alto a fé que tenho em Deus, mas passei vários dias pensativa e tendo a certeza que eu futuramente estaria bem. É inevitável não ter medo, mas com apoio da família, dos amigos, a gente consegue vencer, isso é possível", contou.


Para a servidora pública Eliana Maria Rodrigues, 54 anos, reconhecida pelo seu trabalho no combate ao câncer, a homenagem significa gratidão. "Ter esse reconhecimento é maravilhoso, ainda mais vindo de uma Casa como essa. Mas é preciso fazer mais pelo tratamento e combate ao câncer de mama. Luto para que eu não possa ver mulheres passar por algo que passei um dia, já tive câncer de mama e sei das dificuldades. Hoje tenho uma ONG que se chama: "Amigas do Peito Pará", onde o objetivo é levar a prevenção e informações ao povo do Pará e os direitos dos pacientes oncológicos. Transformei minha dor em amor, hoje sou a voz daquela mulher que não tem a quem pedir socorro, para uma sociedade que nos enterra vivas. As mulheres com câncer de mama são órfãs da cidadania, a partir do momento em que nos tiram o direito às medicações e ao atendimento digno", disse.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo todo, depois do câncer de pele não melanoma. Representa cerca de 25% de todos os casos novos de câncer. São 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que em 2019, 59.700 mulheres devem desenvolver câncer de mama no Brasil. A Região Norte deve registrar 1730 casos novos até o final de 2019, sendo 740 novos casos no Pará e 360 em Belém.

A prevenção do câncer de mama ocorre através de adoção de hábitos saudáveis e uma boa alimentação, além de atividades físicas regulares. Isso evita o câncer de mama e outros tipos de câncer. O Pará atualmente tem capacidade de realizar 350 mil mamografias ao ano, com destaque no aumento de 10% na realização de mamografias de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos de idade, tendo sido realizadas 16.035 de janeiro a junho de 2019, contra 15.643 no mesmo período de 2018. O Pará pretende mudar o cenário do câncer de mama, que é apontado como o segundo entre as mulheres, perdendo apenas para o de colo do útero.