Localizado no nordeste do Pará, o município de Tomé-Açu têm quase 65 mil habitantes e no dia 1º de setembro comemorou 62 anos de existência.

Tomé-Açu é conhecida por ser a terra da pimenta, fama que ganhou na década de 70, quando chegou a ser o maior produtor do mundo de pimenta do reino.

Hoje em dia, o município segue como o maior produtor da especiaria no Brasil, mas agora conta também com o cultivo de frutas, como o maracujá, a acerola, pitaya, açaí e muitas outras, que se tornam polpas e geleias na cooperativa da cidade.

Mas o carro-chefe, atualmente, é o cacau, matéria prima do chocolate. Por ano, são produzidas quase 700 toneladas do fruto, praticamente com todo esse contingente sendo exportado para o mercado internacional, em especial o Japão.

Enviar o cacau para o outro lado do mundo não é nenhuma coincidência. Tomé-Açu possui a terceira maior colônia japonesa do Brasil. Em 1929, quarenta e duas famílias desembarcaram na região, iniciando um encontro de culturas que é visto e vivido até os dias de hoje.

Andar por Tomé-Açu é se deparar com casarões que preservam a arquitetura japonesa. O interior das casas possuem decoração típica e não é difícil você se sentir transportado para a parte mais pessoal da cultura nipônica.

Se você não receber um convite de um morador residente, basta você procurar o Museu Histórico da Imigração Japonesa no centro da cidade. O local conta com acervos de documentos, fotos e objetos que registram a história das famílias que chegaram ali.

O município possui também seu próprio templo budista, construído há mais de 30 anos, local que preserva o culto da religião predominante no Japão em pleno solo amazônico.

É interessante perceber a mistura que tem acontecido nesse município. O solo paraense somado as técnicas japonesas tem produzido o que há de melhor em matéria prima, cultura e sociedade, reconhecimento esse de valor mundial.

Texto: Carmem Souza