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20/10/2021 | 16h24 - Atualizada em 20/10/2021 | 18h17

Outubro Rosa: Informação é o caminho para a prevenção

Reportagem: Dina Santos

Edição: Dina Santos

O câncer de mama já superou o de pulmão e já é o mais comum no mundo todo, segundo a Agência Internacional para a Investigação do Câncer da OMS. São mais de 2,2 milhões casos de câncer de mama diagnosticados anualmente. 11,7% de todos os casos de câncer. Segundo a OMS, o câncer de pulmão responde por 11,4% de todos os casos. Passou a ser o segundo mais incidente no mundo.

Neste Outubro Rosa 2021, mês dedicado à conscientização e à prevenção do câncer de mama, falar sobre prevenção primária (ações para reduzir os fatores de risco) e detecção precoce da doença é importantíssimo.

Com esse objetivo, a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa e a Escola do Legislativo se uniram para levar informações sobre a doença para servidoras da Alepa.

Deputado Chicão, p´residente da AlepaO presidente da Alepa, deputado Chicão, destacou que o momento é de comemoração. "A Alepa vive um momento de muitas propostas positivas e fico feliz em ver a participação dos deputados em ações como essa", avaliou o parlamentar. "Sabemos que algumas causas importantes, se não forem constantemente lembradas para a sociedade, não terão os resultados esperados, e o combate ao câncer de mama é uma dessas causas. Muitas vezes, as pessoas não se cuidam, não se previnem, porque não têm informação. Falta conhecimento e saber o que fazer para prevenir e evitar tantas situações agressivas que a doença causa", justificou.

deputada Nilse PinheiroA deputada Nilse Pinheiro lembrou que "a saúde é o nosso bem mais precioso e vimos durante essa pandemia o quanto estamos despreparados. Por isso é importante que as mulheres sejam bem informadas, pois o diagnóstico precoce pode minimizar o mal causado pelo câncer de mama. Precisamos adquirir e disseminar esse conhecimento", afirmou a deputada.

Karla Lobato

Karla Lobato, diretora do Departamento de Bem Estar Social (DBES), lembrou as dificuldades enfrentadas durante a pandemia. " Tivemos que nos reinventar , mas conseguimos atender as necessidades dos nossos servidores, com a implementação das medidas de segurança , prevenção e testarem durante a pandemia da covid-19", avaliou." Hoje, contamos com uma equipe multidisciplinar, com especialistas em várias áreas da saúde para atender e ajudar as pessoas que procuram ajuda", disse.

Ginecologista Jorge VazO médico Jorge Vaz, ginecologista e obstetra, foi convidado para fazer uma palestra sobre câncer de mama, como parte da programação da campanha Outubro Rosa no Legislativo paraense. Ele apresentou as principais orientações sobre como fazer a prevenção da doença e a importância do tratamento precoce.

Psicóloga Mônica Mutran LacerdaOs impactos psicológicos da doença também foram abordados pela psicóloga do Departamento de Bem Estar Social (DBES), Mônica Mutran Lacerda. Ela explicou como é feito o acolhimento e acompanhamento de mulheres com diagnóstico de câncer de mama na Alepa.

Advogada Karina MouraA advogada Karina Moura, do Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC), também fez uma apresentação sobre os direitos das pacientes com câncer de mama previstos na legislação.

Durante o evento, foi lançada a Campanha do Lenço, para a arrecadação de lenços que serão doados para uma instituição que atende mulheres com câncer de mama.

Arrecadação de lenços para doaçãoAs servidoras da Alepa e convidadas doaram os acessórios e aproveitaram a programação para se posicionar a favor da prevenção, usando trajes cor de rosa, em alusão à campanha Outubro Rosa.

A diretora da escola do Legislativo,  Bethânia Fidalgo,  destacou o trabalho no Feart na ação. "Temos que agradecer ao grupo de mulheres do Feart que confeccionaram os laços de fita distribuídos na entrada do auditório João Batista,  bem como os lenços que foram disponibilizados para o público adquirir e fazer as doações ".

Bethânia Fidalgo

Prevenção – Instituições ligadas à saúde da mulher, como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), reforçam as ações preventivas. A ideia é chamar a atenção das mulheres para a adoção de um estilo de vida saudável, com a prática de atividades físicas e boa alimentação para evitar várias doenças. Entre elas, o câncer de mama.

O Outubro Rosa reforça três pilares estratégicos no controle da doença: prevenção primária (como reduzir o risco de ter câncer de mama), diagnóstico precoce (divulgar sinais e sintomas da doença e incentivar a mulher a observar o próprio corpo) e mamografia (informar que para mulheres a partir de 40 anos é recomendada a realização de uma mamografia de rastreamento anual).

Fatores de risco - Diversos estudos revelam que cigarro, obesidade e sedentarismo aumentam os riscos para câncer de mama. "Precisamos buscar um estilo de vida saudável o quanto antes. Isso envolve exercícios, alimentação saudável, não fumar e a consciência da saúde preventiva como um todo", afirma o médico.

Estimativa - O Câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, no mundo todo, depois do câncer de pele não melanoma. São 2,2 milhões de casos novos por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dados do INCA mostram que, em 2021, 66.280 mulheres devem desenvolver câncer de mama no Brasil. A Região Norte deve registrar 1.970 casos novos até o final do ano, sendo 780 novos casos no Pará e 320 em Belém.

Prevenção

Medidas de Prevenção primária – aquela que pode ajudar a evitar a doença.

• Atividade física regular
• Alimentação saudável
• Controle do peso
• Não fumar
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
• Amamentar

Prevenção secundária – O rastreamento é a melhor estratégia de prevenção secundária do câncer de mama. Como nem sempre é possível evitar a doença com medidas de prevenção primária, utiliza-se a mamografia e a consulta com o especialista, anuais, como forma eficaz de detecção precoce.

O câncer de mama não espera - Segundo Fábio Botelho, mastologista do Centro de Tratamento Oncológico e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Pará, a interrupção do rastreamento e exames de rotina é uma preocupação desde o início da pandemia, pois esses exames são imprescindíveis para o diagnóstico precoce. "Deixar de fazer o rastreamento pode resultar em um diagnóstico tardio, com o tumor avançado e menor chance de tratamento efetivo", explica o médico.

Mastologista Fábio Botelho Ele ressalta ainda que o fato de não ter a doença diagnosticada não significa que a pessoa não precisa fazer o rastreamento. O médico explica que é imprescindível que a mulher, principalmente as de 40 anos de idade em diante, realize anualmente a mamografia, exame mais eficaz para o diagnóstico precoce. "Temos que adotar o conceito de saúde preventiva. Muitas mulheres não fazem com medo de achar algo, mas é importante entender que quem acha cedo tem grandes chances de cura. Um diagnóstico precoce pode representar chances de cura de mais de 95%", destaca.

O especialista lembra que o câncer de mama, como qualquer outro, não espera. Interromper o tratamento também pode acarretar grandes prejuízos. "A pandemia gerou uma sensação de insegurança e muitas mulheres deixaram de ir ao consultório e fazer seus exames de rotina por não se sentirem seguras. Isso é compreensível, mas com o avanço da vacinação, está mais do que na hora de retomar o rastreamento para evitar casos avançados e é primordial que a rotina de tratamento seja acelerada. Quanto antes retomar, melhor", alerta o mastologista.