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09/11/2022 | 12h02 - Atualizada em 30/11/2022 | 08h30

Campanha sensibiliza servidores da Alepa sobre a importância de prevenir o câncer de próstata

Reportagem: Natália Mello

Edição: Andreza Batalha

A equipe de saúde do Departamento de Bem-Estar Social (Debs) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) realizou, nesta terça-feira (8), uma ação de sensibilização pela campanha Novembro Azul. Foram distribuídos para servidores, deputados e para o público que acompanha presencialmente as sessões da Casa, adesivos e panfletos com informações sobre sintomas, diagnóstico e tratamento.

A campanha Novembro Azul é realizada em todo o Brasil nesta época do ano e visa alertar o público masculino sobre a importância da prevenção do câncer de próstata. A diretora do Debs, Karla Lobato, confirma a pouca adesão masculina quando se trata a qualquer ação de saúde, por isso a relevância das campanhas, para a mobilização dos homens.

"Queremos despertar a consciência desse homem, é uma forma de sensibilizar a pessoa a buscar um diagnóstico, um acompanhamento. Aqui, no Debs, fazemos essa correlação a cada mês, como forma realmente de alerta. A gente entra nas campanhas do Outubro Rosa, que é voltado para a prevenção do câncer de mama; dezembro vermelho, voltado para a sensibilização sobre a doação de sangue; janeiro branco, que já aborda a saúde mental. Tem também o setembro amarelo, que é de prevenção ao suicídio", ressalta Karla.

O médico da Casa Legislativa, doutor Gilberto Mota, discorre sobre a importância da campanha, em primeiro lugar, é informar que o câncer de próstata é a segunda causa de morte dentre os diversos cânceres que acometem o homem a partir dos 50 anos de idade. "Precisamos superar o estigma do exame digital da Próstata. Para a dequitação (diminuição) deste índice, devemos investir na promoção, ou seja, nas ações em saúde, para alertar e fazer compreender de forma singular a patologia que acomete aproximadamente cerca de 65 mil homens ano ano no Brasil. Sendo uma proporção de 1/6 e destes 10 a 15% terão um prognóstico sombrio (óbito)", pontua.

De acordo com o médico, a patologia cursa, na maioria dos casos clínicos, com uma evolução lenta e sem queixas (sintomas). O deputado Carlos Bordalo enfrentou a doença há alguns anos e afirmou com convicção: teve a vida salva graças ao exame de toque. "Os homens têm um tabu com exame de toque. Não basta apenas fazermos, todos os anos, o preventivo, os exames de sangue. Eu alerto os homens que, se tiverem algum problema de ordem moral ou psicológica, que vença isso. Faça a prevenção adequada a esse câncer, que é diferente. Ele pode se hospedar em homem por 20, 30 anos, ele parece um morcego, vai se alimentando da testosterona do homem. Cada dia você se sente mais fraco e não sabe do que é, é porque você está perdendo sua energia", afirmou.

O parlamentar ressalta, ainda, o risco de metástase, quando o câncer se espalha pelo corpo. "É uma campanha extremamente importante. Exorto os homens a adotarem os procedimentos adequados, inclusive, entre eles, o exame do toque, fundamental para garantir a vida", concluiu.

Descuido - Seis em cada 10 homens no Brasil só procuram um médico quando os sintomas estão insuportáveis. Esse estatística já mostra o tamanho do desafio da campanha Novembro Azul, de conscientização sobre o câncer de próstata. Esse descuido com a saúde retarda a detecção de muitas doenças.

É o que mostra uma pesquisa do Centro de Referência da Saúde do Homem da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. "A consequência é que 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados em estágios avançados.
O câncer de próstata é o 2º tumor mais frequente entre os homens, após os tumores de pele (não-melanoma)", alerta o urologista Gilflávio Normandes, do Centro de Tratamento Oncológico. "No Brasil, acontece, em média, um diagnóstico de câncer de próstata a cada sete minutos, e uma pessoa morre por causa da doença a cada 40 minutos. A mortalidade por câncer de próstata atinge 25% dos pacientes. Esse percentual poderia ser menor se todos os casos fossem detectados com antecedência", avalia o médico.Urologista Gilflávio Normandes

Segundo a estimativa do INCA, em 2022 serão diagnosticados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura são de 90%.
Diagnóstico tardio - Quando os sintomas começam a aparecer, 95% dos casos já estão em fase adiantada. Por isso, é fundamental realizar exames periódicos, mesmo que não exista nenhum incômodo aparente. 

A campanha do Novembro Azul de 2022 chama a atenção desses homens que negligenciam o autocuidado. O lema deste ano - "Cuide do que é seu" - é um alerta à população masculina, de que 11% dos homens vão desenvolver o câncer de próstata e, por isso, é preciso prevenir e fazer exames periódicos.

 Prevenção - A melhor forma de aumentar extremamente as chances de cura do câncer de próstata é o obter diagnóstico precoce. É importante que os homens marquem uma primeira consulta com o urologista até os 40 anos, para investigar se há doenças ou alterações no trato urinário e sistema reprodutor.

No caso do câncer de próstata, embora o maior número de casos apareça após os 55 anos, exames específicos para identificar a presença do tumor devem ser feitos a partir dos 50 anos e repetidos anualmente.

Homens da raça negra e aqueles que têm um histórico do tumor na família (pai ou irmão que teve câncer de próstata antes dos 60 anos), por sua vez, precisam começar a fazer esse check-up antes, aos 45 anos, e voltar ao consultório uma vez por ano para continuar o acompanhamento.

Apesar de ainda ser motivo constrangimento para muitos homens, o toque retal é importante para identificar possíveis alterações na próstata. Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. O exame de sangue para detectar o nível do PSA é o outro exame muito importante.

A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma.

Sintomas:
- Oliguria (diminuição do volume urinário diário)
- Hematúria (presença de sangue na urina)
- Disúria (dor durante a micção)
- Disfunção Erétil
- Dificuldade para iniciar o ato urinário e manter o jato.
- Dorsalgia (Dor na região dorsal)
- Dor em região da pelve

Diagnóstico:
- PSA
- Exame Digital da Próstata (toque retal)
- USG Prostática
- Biopsia

Tratamento:
- Cirúrgico
- Radioterapia
- Quimioterapia
- Tratamento Hormonal