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Notícia do deputado Carlos Bordalo
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28/05/2024 | 15h17 - Atualizada em 28/05/2024 | 15h17Lei de Incentivo à doação de cabelos promove solidariedade e recuperação de autoestima no Pará
Reportagem: Thais Peniche
Edição: Carlos Bordalo - AID - Comunicação Social

A perda de cabelo pode ser uma experiência devastadora, especialmente para quem enfrenta doenças como o câncer ou passou pelo trauma do escalpelamento. Na Amazônia paraense, diante das suas várias peculiaridades regionais, acidentes como o escalpelamento ainda são muito comuns.
A Capitania dos Portos (CPAOR) registrou de 2006 a 2022 cerca de 173 episódios de acidentes de escalpelamento. A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), com base nos materiais disponibilizados pela Casa de Apoio Espaço Acolher, identificou em janeiro deste ano que 98% das pessoas vítimas de acidentes com escalpelamento são mulheres e 2% são homens.
Realidade que mostra a importância do amparo e a necessidade de mais políticas públicas como a recente aprovação da Lei Estadual N° 10.535 de 2024, de autoria do deputado Bordalo (PT), que dispõe sobre o Programa de Incentivo à Doação de Cabelos.
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A lei busca conscientizar a população, por meio da criação de uma rede solidária sobre a importância da doação de cabelos à pessoas em tratamento de câncer, vítimas de escalpelamento e de outras doenças que causam a queda transitória ou definitiva dos cabelos, e que se encontrem em situação de vulnerabilidade social no Estado do Pará. Para isso, o Programa cria a Semana de Incentivo à Doação de Cabelos, a ser realizada, anualmente, na primeira semana do mês de outubro, passando a integrar o calendário oficial de eventos do Estado.
Dentre os objetivos, a Lei prevê a realização de parcerias para arrecadação de cabelos, contando com doações espontâneas de redes particulares, escolas e espaços de beleza, além de estimular a arrecadação de fios de cabelos e transformá-los em perucas para serem entregues de forma gratuita, tendo como finalidade a recuperação da autoestima de homens e mulheres que precisam reconstruir suas imagens na frente do espelho.
O deputado Bordalo, autor da lei, registra que a iniciativa é um avanço no apoio às pessoas que passam por experiências de trauma no couro cabeludo e que precisam do acesso a próteses capilares, além da busca para diminuir o impacto negativo que elas possam vir a sentir na sua autoestima.
“A grande motivação, então, é atender as vítimas de escalpelamento, mas como a política é maior, mais ampla, acaba sendo algo que se volta a ser uma alternativa para melhorar a autoestima, fortalecer a luta pela recuperação dessas vítimas, mas também a todas as vítimas que acabam sofrendo essa perda de couro cabeludo”, ressalta Bordalo
A Lei estabelece que seja garantido que o Poder Executivo execute ações para que o Programa de Incentivo à Doação de Cabelos possa ser desenvolvido por meio de campanhas, eventos, projetos, palestras, divulgações na imprensa e outras ações voltadas à conscientização da doação.
Silvani Silva, esteticista, ficou sabendo da aprovação da lei através das redes sociais do deputado Bordalo. Com o cabelo guardado há quase um mês, ela não sabia para quem doar. Motivada pela notícia, buscou suporte com a equipe parlamentar para fazer sua primeira doação.
“Não é a primeira vez que eu corto o cabelo, eu sempre tive vontade. Minha vontade era doar para alguma instituição que atende escalpeladas. Desde quando eu cortei o meu cabelo, me faltou oportunidade por conta do emprego e ir até elas fazer essa doação, mas também eu não me desfiz, quando eu vi a oportunidade, eu quis doar.” relata.

A jovem esteticista de 30 anos destaca a importância de um projeto que incentive a doação de cabelos. “É muito importante, porque muitas pessoas não dão atenção a isso, até porque não é muito divulgado na mídia. Com um projeto desse, acredito que vai despertar a curiosidade e a vontade de doar”, comenta.
Ela também expressa como é gratificante para ela agir positivamente na vida das pessoas que precisam da doação capilar, especialmente mulheres que enfrentam esses traumas e sofrem com o impacto negativo na autoestima.
“É uma satisfação enorme poder ajudar o próximo com algo que, para muitos, parece simples, como o cabelo. Mas para nós, mulheres, o cabelo é algo muito importante. Afeta diretamente nossa autoestima. Pensar nas pessoas que vão receber esse cabelo, e como isso pode mudar suas vidas, é emocionante. Encarar o processo de tratamento e a queda de cabelo é muito difícil, e muitas vezes a gente não se reconhece. Por isso eu acho muito importante essa doação, porque, como eu falei antes, é algo que, para quem tem, parece não ser nada, mas para quem não tem, para quem está nesse processo de enfrentar uma doença, que é muito delicada, vai levantar muito a autoestima de cada pessoa.”, conclui Silvani.
Segundo o portal Câncer de Mama Brasil, a perda de cabelo se torna uma questão particularmente sensível durante o tratamento oncológico. O portal destaca que o impacto da queda de cabelo é tão significativo que até 8% dos pacientes optariam por tratamentos quimioterápicos com resultados menos favoráveis se isso significasse evitar a perda capilar.
A Lei também incentiva que os estabelecimentos comerciais participantes poderão receber um Selo Social em reconhecimento à sua adesão ao programa, e aqueles que efetuarem o maior volume de doações poderão receber certificados de reconhecimento.
O deputado Bordalo registra ainda que essa iniciativa não apenas melhore a qualidade de vida das vítimas, mas também promova uma maior conscientização sobre a importância do apoio comunitário e da solidariedade.
