A denúncia veio diretamente dos moradores da comunidade, que, durante uma agenda parlamentar recente, relataram que empresas de cerâmica vêm explorando o barro da região há pelo menos três anos, causando sérios danos ambientais.

A atividade tem resultado na degradação do solo e gerado um tráfego intenso de caminhões pesados, que transportam o material ao longo de um percurso de 18 quilômetros, afetando várias comunidades, como Santa Cruz, Santa Rosa do Matupiriteua, Samaria e Perpétuo Socorro.

Além do impacto ambiental, os moradores sofrem com a poeira levantada pelos caminhões, que circulam entre as 4h da manhã e 19h, provocando problemas respiratórios, principalmente entre crianças e idosos. 

Outro problema denunciado é a alta velocidade com que os motoristas trafegam, colocando em risco a vida das pessoas que vivem às margens da vicinal que liga as comunidades à BR 010.

Segundo Bordalo, é fundamental que seja apurado se as empresas envolvidas possuem o licenciamento ambiental adequado, conforme as exigências das legislações estadual e municipal. O parlamentar também destacou a importância de verificar se foi realizado um estudo de impacto ambiental e social, assegurando que as atividades estejam de acordo com as normas de preservação ambiental.

Extração de barro e seus impactos ambientais no Brasil

A extração de barro sem a devida fiscalização e planejamento pode causar erosão do solo, degradação da vegetação local e contaminação de cursos d'água, afetando a biodiversidade e a qualidade de vida das comunidades próximas.

Em muitos casos, as empresas envolvidas não cumprem as exigências de replantio ou compensação ambiental, o que agrava ainda mais os impactos a longo prazo. 

Além dos danos ambientais, a extração de barro frequentemente traz prejuízos sociais, como a falta de geração de empregos locais e a ausência de melhorias nas infraestruturas das áreas afetadas. Esse cenário é agravado em regiões mais vulneráveis, como as áreas rurais do Pará, onde as populações locais muitas vezes não têm os recursos ou apoio necessário para lutar contra as práticas predatórias dessas empresas.

A moção foi encaminhada ao conhecimento do gabinete do Governador do Estado,  Prefeitura Municipal de Irituia, Câmara Municipal desse município, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e ao Batalhão de Polícia Ambiental.