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Diagnóstico precoce é chave para reduzir mortes por câncer de mama
Reportagem: Dina Santos- AID - Comunicação Social
Edição: Natália Mello- AID - Comunicação Social
Mais de 73,6 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados por ano, no Brasil. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para o período de 2023 a 2025, este tipo da doença continua sendo o segundo com maior incidência, com 10,5% do total de diagnósticos em mulheres (sem considerar o câncer de pele não melanoma). No Pará, assim como acontece na estimativa nacional, é o segundo tipo de maior incidência entre as mulheres, atrás do câncer de colo de útero (excetuando o câncer de pele não melanoma).Redução da mortalidade
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como objetivo diminuir a mortalidade global de câncer de mama em 2,5%, anualmente, entre 2020 e 2040. No entanto, o que se percebe é o aumento percentual, ao contrário da meta estabelecida pela OMS.
Estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e publicado no International Journal Public Health (IJPH), a partir de dados do DataSUS, após a pandemia de Covid-19, mostrou um aumento de 26% nos casos de câncer de mama nos estágios mais graves da doença. A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) aponta que uma em cada seis mortes pela doença no Brasil é de mulheres com menos de 50 anos.
A alta taxa de mortalidade é uma tendência crescente em todas as regiões do Brasil, porém é mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste, onde as mulheres têm maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde e, consequentemente, diagnósticos tardios, além da falta de recursos e encaminhamento oportuno para os tratamentos.
Diversos estudos apontam a relevância da realização anual da mamografia, em mulheres a partir dos 40 anos, assintomáticas, pelo potencial que esse exame tem de identificar lesões ainda não palpáveis. Quando o câncer de mama é descoberto num estágio muito inicial, isso pode ter um impacto de 25% a 40% na redução da mortalidade por câncer de mama.
Para o mastologista Fábio Botelho, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Pará, o cuidado das mulheres com a própria saúde deve ser redobrado. “É do conhecimento de todos que a grande arma para redução da mortalidade reside no diagnóstico precoce, daí a necessidade de as mulheres se submeterem a exames de mamografia anualmente a partir dos quarenta anos".
RastreamentoO rastreamento da doença com a realização de mamografias anuais a partir dos 40 anos é uma estratégia importante para reduzir a mortalidade da doença, pois permite identificar tumores em estágios iniciais, ainda assintomáticos, facilita o tratamento e aumenta as taxas de sobrevivência. As pesquisas comprovam que esse rastreamento é capaz de salvar vidas, pois assegura o diagnóstico precoce, quando as chances de cura são superiores a 90%.
“As políticas públicas em saúde precisam ser fortemente direcionadas para a prevenção. Precisamos de campanhas sobre medidas preventivas que devem ser tomadas por mulheres com mais de 40 anos, que é a chamada prevenção secundária - que assegura o diagnóstico precoce; e de campanhas que falem de medidas de prevenção primária. Ou seja, de estilo de vida saudável”, assegura o médico Fábio Botelho.
“Temos boas razões para supor que o atual estilo de vida das brasileiras é decisivo para esse crescimento do câncer de mama entre mulheres. Hoje, elas têm um menor número de filhos; optam, geralmente, por uma gestação depois dos 30, 35 anos; possuem, muitas vezes, uma rotina estressante, com dificuldades para ter uma boa alimentação e prática regular de atividade física; além do consumo de álcool, hábito crescente entre as mulheres. Tudo isso tem relação direta com o câncer de mama", finaliza o mastologista Fábio Botelho.
