O deputado Bordalo (PT) apresentou nesta terça-feira (11), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), um Projeto de Lei que institui a Política Estadual de Acolhimento e Atendimento aos Familiares ou Pessoas Próximas de Vítimas do Suicídio. A proposta visa garantir suporte psicológico e social a familiares e amigos que enfrentam a dor da perda, promovendo acolhimento, reintegração social e prevenção.  

O suicídio é uma das questões mais dolorosas e desafiadoras para qualquer sociedade, deixando marcas profundas não apenas na vítima, mas também nas famílias e amigos que lidam com o luto e suas consequências. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano no mundo.

A OMS destaca as consequências do suicídio que impactam indivíduos e comunidades, e no Pará, a preocupação com o tema cresce devido ao aumento de casos e à necessidade de ações de apoio. 

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O luto por suicídio é único e, muitas vezes, acompanhado de sentimentos como culpa, estigmatização e isolamento social. As famílias e amigos enlutados enfrentam dificuldades não apenas emocionais, mas também sociais e até econômicas. O Pará, assim como outros estados brasileiros, tem registrado números preocupantes de suicídios, especialmente entre jovens e populações vulneráveis.  

Dados da American Association of Suicidology (AAS) registram que para cada pessoa que tira a própria vida, pelo menos seis familiares ou amigos sofrem consequências emocionais profundas.

Além da dor da perda, os familiares muitas vezes não encontram apoio adequado para lidar com o sofrimento e acabam silenciados pelo estigma social. Por isso, a proposta do deputado Bordalo busca criar uma rede estadual de apoio, garantindo que essas pessoas não fiquem sozinhas em sua jornada de recuperação emocional.  

Principais pontos do Projeto de Lei 

O projeto prevê uma série de medidas para garantir suporte contínuo aos familiares de vítimas do suicídio, incluindo:  

- Apoio psicológico especializado: acompanhamento contínuo para lidar com o luto, depressão, ansiedade e outros transtornos decorrentes da perda.  

- Grupos de apoio e terapia em grupo: espaços para troca de experiências e fortalecimento da rede de solidariedade entre familiares e amigos.  

- Programas educativos e preventivos: materiais e palestras sobre saúde mental, prevenção do suicídio e estratégias de autocuidado.  

- Acompanhamento pós-luto: sessões de orientação para garantir que os familiares tenham suporte a longo prazo.  

- Apoio educacional e capacitação profissional: oferta de cursos e programas que ajudem os familiares a retomarem suas vidas profissionais.  

Além disso, o projeto prevê a capacitação de profissionais para atendimento especializado e a possibilidade de parcerias com organizações não governamentais, universidades e outras entidades da sociedade civil.  

Prevenção e combate ao estigma 

Uma das principais metas da Política Estadual de Acolhimento e Atendimento aos Familiares de Vítimas do Suicídio é quebrar o ciclo de silêncio e preconceito que ainda cerca o tema. Muitas famílias se sentem culpadas ou evitam buscar ajuda devido à falta de compreensão da sociedade sobre o impacto do suicídio.  

Com a criação de uma estrutura de acolhimento, o Estado não apenas oferecerá suporte a quem perdeu um ente querido, mas também contribuirá para a prevenção de novos casos, fortalecendo a rede de proteção e ajudando a identificar sinais de sofrimento em outros membros da família ou da comunidade.  

A proposta representa um passo importante na promoção da saúde mental no estado e na garantia de dignidade para aqueles que enfrentam o luto por suicídio. Ao assegurar acolhimento e apoio contínuo, o projeto busca oferecer não apenas um suporte imediato, mas uma rede de cuidado que possibilite aos familiares e amigos seguir em frente com dignidade e compreensão.