Acessibilidade

  • Item
    ...
  • Item
    ...

Você está em: Portal Alepa / Notícias / Pesquisa clínica em oncologia começa a se desenvolver na Amazônia

Notícia

21/05/2025 | 08h15 - Atualizada em 21/05/2025 | 08h20

Pesquisa clínica em oncologia começa a se desenvolver na Amazônia

Reportagem: Dina Santos- AID - Comunicação Social

Edição: Dina Santos- AID - Comunicação Social

 

A cantora Preta Gil está atualmente nos Estados Unidos para participar de uma pesquisa clínica como parte do seu tratamento contra o câncer colorretal, que foi diagnosticado em janeiro de 2023. Ela está buscando tratamentos inovadores, incluindo medicamentos que estão em fase avançada de estudo.  Diagnosticada com câncer de intestino em janeiro de 2023, Preta já passou por cirurgias, quimioterapia e outros tipos de tratamento. Agora, Preta pode se beneficiar de uma das possibilidades da pesquisa clínica, que é oferecer um novo tratamento, na fase final de testes, a um paciente que já foi submetido a todos os protocolos em uso e indicados para o seu caso.  

 

Nesta terça-feira, 20 de maio, data em que é comemorado o Dia da Pesquisa Clínica, o caso da artista se tornou emblemático por chamar a atenção das pessoas para a importância desse tipo de estudo. Na Assembleia Legislativa do Pará, a deputada Ana Cunha, que é médica ginecologista e obstetra, ressalta a importância de investir em ciência para combater doenças graves, como o câncer.

 

“Tudo o que temos hoje seja um remédio, uma vacina ou um tratamento só existe porque passou antes por uma pesquisa clínica. Valorizar esse processo é valorizar a vida. A pesquisa clínica é o elo entre o conhecimento científico e a saúde das pessoas. No Dia da Pesquisa Clínica, precisamos reforçar o quanto é essencial apoiar estudos sérios, garantir acesso e combater a desinformação. A saúde pública só avança com ciência”, explica a deputada Ana Cunha

 

O que é pesquisa clínica?    

 

É um tipo de pesquisa que inclui, necessariamente, a participação de pessoas. Nas fases finais da pesquisa, um novo medicamento, um novo protocolo de tratamento ou uma nova tecnologia, por exemplo, precisam ser testados em um grupo de pessoas. A pesquisa clínica é indispensável para o avanço da ciência e da medicina. No caso da oncologia, que é a área da medicina que recebe os maiores investimentos em pesquisa clínica, a consequência, no final das contas, é o aumento das chances de cura dos pacientes.

 

Comparando com países desenvolvidos, o Brasil ainda engatinha na pesquisa clínica. A mesma lógica funciona quando a comparação é feita entre a região Norte e o Sudeste ou Sul do País. “As pesquisas estão concentradas onde existe mais investimento, mas o potencial da nossa região é enorme e já começou a se desenvolver. A diversidade étnica é muito importante para a pesquisa clínica. A formação do povo da Amazônia teve grande participação da população indígena e de portugueses. Não é a mesma origem da população da Bahia ou do Rio Grande do Sul, por exemplo. A pesquisa clínica é mais valorizada com diversidade genética. Por isso, os laboratórios que patrocinam as pesquisas já demonstram grande interesse na nossa região”, explica a oncologista Paula Sampaio, diretora do CPAM – Centro de Pesquisas da Amazônia.

Participar de pesquisa clínica é seguro?

 

As pesquisas clínicas seguem protocolos rigorosos, que garantem a segurança em todas as etapas. O Ministério da Saúde regulamenta e supervisiona as práticas de pesquisa clínica no Brasil por meio da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), juntamente com a CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa).



 

As normativas estão focadas nas Boas Práticas Clínicas (BPC), que consistem em um padrão para o desenho, condução, execução, monitoria, auditoria, registro, análise e relato de ensaios clínicos. O objetivo é assegurar a credibilidade e a precisão dos dados e resultados relatados, assim como proteger os direitos, integridade e confidencialidade dos participantes da pesquisa. Mesmo em uma fase preliminar, quando o paciente ainda está fazendo testes diagnósticos para determinar a elegibilidade para participar de uma pesquisa, já é necessário obter o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

“Nós consideramos que participar de uma pesquisa clínica é um privilégio para o paciente, especialmente para aqueles que dependem do serviço público, que, como sabemos, tem carências e dificuldades”, explica a médica oncologista Paula Sampaio. “As pesquisas são patrocinadas por grandes empresas, que fazem investimentos vultosos para descobrir novos medicamentos e possibilidades terapêuticas. São multinacionais que possuem áreas de compliance, que exigem que os envolvidos na pesquisa clínica sigam todas as regras com rigor. A assistência para os pacientes da pesquisa é realmente completa”, destaca a médica.

Paraenses participam de pesquisa clínica

 

O estudo clínico Ember-4, de um laboratório norte-americano, tem a participação de 8 mil mulheres do mundo todo e 23 são do Pará, que é o único estado da região Norte com pacientes na pesquisa.

 

A pesquisa, que começou em maio de 2023, está testando um novo medicamento utilizado na imunoterapia , que é uma das modalidades de tratamento contra o câncer que mais cresceu nos últimos anos. Está em fase final de testes um imunoterápico que tem o objetivo de diminuir os riscos de recidiva de pacientes com câncer de mama. As participantes são mulheres que estão utilizando essa medicação para controlar os níveis hormonais, o que é importante para evitar a volta da doença.