Você está em: Portal Alepa / Notícias / Alepa debate sobre inclusão de diretrizes para uma educação antirracista no novo Plano Nacional de Educação
Notícia
Alepa debate sobre inclusão de diretrizes para uma educação antirracista no novo Plano Nacional de Educação
Reportagem: Rodrigo Nicolau- AID - Comunicação Social
Edição: Dina Santos- AID - Comunicação Social
Nesta quinta-feira (14) a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) em parceria com o Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa), realizou no plenário multiuso o seminário: ''Populações Negras, Educação e Cultura''. O evento buscou ouvir os representantes dos Poderes Executivo, Legislativo, da sociedade civil além dos profissionais da educação, para traçar, em conjunto, as propostas para a inclusão da educação antirracista no novo Plano Nacional de Educação (PNE).
Conduzida pela presidente da Comissão de Cultura da Casa de Leis do Pará, deputada Lívia Duarte (PSOL), o seminário contou com a participação do deputado Carlos Bordalo (PT); Joana Machado, representando o Cedenpa; Jairo da Costa, do Ministério Público do Pará; Mário Almeida, representando a Seduc/PA; e Aline Gonçalves, do Instituto da Mulher Negra.
''A audiência de hoje, promovida pela Comissão de Cultura da Alepa em parceria com o Cedenpa, discutiu sobre como podemos aprimorar ainda mais o Plano Nacional de Educação (PNE) e, também, exaltar sobre a nossa rica cultura amazônica. Tivemos o privilégio de ter a presença dos alunos da Escola Estadual Visconde de Souza Franco, onde esses alunos presenciaram sobre como é viver a política numa casa legislativa, além da presença de professores da Seduc e de especialistas na área. A nossa ideia é que possamos dizer ao mundo que não basta não sermos racistas, temos que ser antirracistas e a educação nacional precisa avançar'', afirmou a deputada Lívia.
O promotor de Justiça do Ministério Público do Estado, Jairo da Costa, afirmou que o racismo estrutural fere centenas de milhares de vidas há séculos e que precisa ser combatido com a máxima urgência. ''O racismo no Brasil e no mundo, infelizmente, é uma realidade que assola as nossas vidas. Precisamos combater com a máxima veemência e acompanhamos que ele é estrutural há séculos e isso nos preocupa. Eu lembro que o racismo estrutural ele se ramifica, ou seja, ele passa pelo racismo institucional, dentro das famílias, no futebol, contra as mulheres. O evento de hoje que discutimos sobre os planos de educação nacional antirracismo é um passo muito importante para erradicar das nossas vidas todo e qualquer tipo de preconceito'', expôs o promotor.
Representando o Cedenpa, a professora Joana Machado se mostrou contente com a realização do evento promovido em parceria com a Alepa. ''Acompanhamos que quando essa população negra cobra, vai para a luta, exige o seu lugar de fala na sociedade, vemos que a elite embranquecida reage com ferocidade. É muito importante esse evento promovido pela Alepa, por meio da Comissão de Cultura com o apoio da deputada Lívia em conjunto com o Cedenpa para que tracemos os melhores planos para que haja no novo PNE a inclusão de uma educação antirracista'', disse Joana.
Na segunda parte do seminário aconteceu o Painel Temático com o seguinte tema: Educação, Cultura e Resistência – O papel do ''Fórum Levantes Negros pela Educação''. Para compor a mesa, a deputada Lívia convidou Cláudia Peniche, representando o Cedenpa; Lorena Cerqueira, ativista no Odara – Instituto Mulher Negra e Neucirene de Oliveira, atual presidente do Instituto de Mulheres Negras do Amapá – IMENA. Na ocasião, elas discutiram sobre os desafios para a construção de um PNE antirracista.
As contribuições discutidas durante o seminário foram direcionadas ao Projeto de Lei 2.614/2024, que trata da reformulação do Plano Nacional de Educação. O PNE estabelece diretrizes, metas e estratégias para a política educacional do Brasil com duração de cerca de dez anos. O novo PNE deve vigorar até 2034, substituindo o plano atual em vigência até dezembro deste ano. O projeto segue em trâmite no Congresso Nacional.
Vale destacar que, as organizações envolvidas buscam que o novo plano incorpore ações e metas concretas de combate ao racismo, promova a equidade racial e fortaleça o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena no ambiente escolar de todo o país pelos próximos anos.
