Em entrevista exclusiva à jornalista Verônica Goyzueta, correspondente internacional da Rádio Alepa FM, Bachelet, a ex-presidente do Chile e ex-alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que está participando da COP30, denunciou o assassinato de 146 defensores do meio ambiente em 2024, destacando que a maioria das vítimas é da América Latina.

Bachelet afirmou que o dado representa uma tragédia silenciosa e escancara a vulnerabilidade de ativistas, povos tradicionais e lideranças comunitárias que dedicam suas vidas à proteção da natureza. Segundo ela, muitos dos crimes permanecem impunes, o que reforça o ciclo de violência e ameaça os avanços da agenda climática.“Esses assassinatos não são estatísticas, são vidas interrompidas por lutarem pelo bem comum. Defender a floresta, a água e a terra não pode continuar sendo uma sentença de morte”, declarou. Ela também destacou que a 30.ª edição é a COP da implementação, mas também deve ser a COP da coragem. ‘’É o momento de transformar compromissos em ação, discursos em políticas, e promessas em proteção real para aqueles que arriscam tudo pela Terra”, concluiu Michelle Bachelet.

A ex-chefe de Estado destacou que a América Latina concentra cerca de 70% dos assassinatos de defensores ambientais do planeta, e que a Amazônia é o epicentro dessa violência. Ela cobrou a criação de mecanismos internacionais de proteção e o comprometimento efetivo dos governos na investigação e punição dos crimes.“Precisamos de uma rede global de proteção. A impunidade é o maior inimigo da justiça climática. Proteger os defensores é proteger o futuro da humanidade”, afirmou.

As declarações de Michelle Bachelet na COP30 encontram ressonância direta na atuação da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), que nos últimos anos tem ampliado sua agenda voltada à sustentabilidade, proteção dos povos da floresta e fortalecimento das políticas públicas ambientais.

Sob a presidência do deputado Francisco Melo (Chicão), a Alepa aprovou e acompanhou diversos projetos de lei, moções e frentes parlamentares voltadas à defesa da Amazônia e de seus defensores — iniciativas que se alinham ao chamado de Bachelet por uma “COP da coragem” e pela transformação de compromissos em ações concretas.

Bachelet também chamou atenção para o papel das mulheres defensoras, que frequentemente enfrentam ameaças adicionais por atuarem em espaços de liderança e resistência.“As mulheres são fundamentais na defesa ambiental. Elas cuidam das comunidades, das águas, das florestas. É necessário que estejam incluídas e protegidas em todas as políticas de implementação climática”, enfatizou.

A entrevista integra a cobertura especial e internacional da Rádio e Televisão Alepa na COP30, conduzida por Verônica Goyzueta, que destacou o papel da comunicação pública como instrumento de transparência, denúncia e mobilização social diante de crises globais como a dos direitos humanos ambientais.

Para a Fundação Rádio e TV Alepa, que atua na divulgação das pautas do Parlamento Paraense em fóruns nacionais e internacionais, dar visibilidade a essas denúncias é parte do compromisso institucional com a sustentabilidade comunicacional e a defesa da vida.

A cobertura reforça a importância da Amazônia no debate climático global e o protagonismo do Pará na articulação de políticas públicas de proteção ambiental e direitos humanos.“A COP30 é um marco histórico, mas só será transformadora se ouvir as vozes daqueles que arriscam tudo para proteger a floresta. A denúncia de Michelle Bachelet é um chamado à ação — e à responsabilidade coletiva de impedir que novas mortes aconteçam”, concluiu Goyzueta.

Veja a íntegra da entrevista no link abaixo: