Você está em: Portal Alepa / Notícias / Dia da Consciência Negra é celebrado na Alepa com debate internacional sobre racismo ambiental
Notícia
Dia da Consciência Negra é celebrado na Alepa com debate internacional sobre racismo ambiental
Reportagem: Rodrigo Nicolau- AID - Comunicação Social
Edição: Andreza Batalha- AID - Comunicação Social
No dia 20 de novembro, data em que o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra e o Dia Nacional de Zumbi, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), por meio da Comissão de Direitos Humanos presidida pelo deputado Carlos Bordalo (PT), realizou o debate "Amazônia e África em Conexões: Desafios Contemporâneos no Combate ao Racismo Ambiental, por Reconhecimento, Autodeterminação e Justiça Climática".
O evento, ocorrido no auditório João Batista, reuniu representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério Público, além de universidades, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e representações diplomáticas africanas, em prol de uma agenda voltada à equidade racial, à justiça climática e à valorização das identidades afro-amazônicas.
O encontro debateu, em especial, o Racismo Ambiental, isto é, a discriminação racial que ocorre no contexto ambiental, no qual minorias étnicas e comunidades de baixa renda são desproporcionalmente afetadas por questões como poluição, falta de acesso a recursos naturais e degradação ambiental. 
"Ao longo dos anos, tradicionalmente, aqui no parlamento do Pará, temos celebrado o Dia da Consciência Negra. Precisamos reconhecer que o racismo no Brasil e no mundo não desapareceu: ele se reinventou", observou o deputado Bordalo.
"Que o encontro de hoje seja um pacto por políticas públicas firmes, por fiscalização com recorte racial, por participação comunitária real, por territórios livres de violência ambiental, por uma Amazônia e uma África que não sejam vistas como reservas a serem exauridas, mas como centros de vida e sabedoria", pontuou o parlamentar.
Durante a cerimônia, estudantes do curso de Agroecologia e de Educação do Campo, vindos de diversos territórios localizados nos municípios de Abaetetuba, Moju e Igarapé-Miri, realizaram uma apresentação cultural, conhecida também como ofertório. Ao público presente no auditório, eles mostraram seus artefatos culturais e de produção própria, ao som da canção "Canto das Três Graças". 
Miguel de Barros, sociólogo da Guiné-Bissau, observou a recente oficialização da data que celebra, no Brasil, o Dia da Consciência Negra e o Dia Nacional de Zumbi. Para ele, o marco representa uma reparação histórica ao povo negro. "A data de hoje é de extrema importância, pois celebra toda a ancestralidade e existência dos povos negros, nos permitindo fazer amplas reflexões acerca das árduas lutas enfrentadas pelos povos negros na sociedade. Agradeço ao deputado Bordalo pelo convite e que lembremos que a data de hoje representa um grande gesto de luta", destacou. 
Sara Branco, representando o Instituto de Referência Negra Peregum, abordou as complexidades do tema: "Quando falamos de Amazônia e África, falamos de duas geografias íntimas, com inúmeras histórias entrelaçadas. No Brasil, conforme mostram as publicações do instituto, o Racismo Ambiental ocorre quando os impactos socioambientais recaem desproporcionalmente sobre populações negras, nas periferias urbanas, nos quilombos e nas comunidades tradicionais. Seguimos lutando por dignidade, futuro e por justiça para todos", afirmou. 
Ao final do evento, o público presente no auditório João Batista pôde prestigiar, também, uma apresentação cultural feita pela atriz Rosy Lueji. A artista clamou por mais respeito e representatividade para o povo negro nos mais diversos espaços da sociedade, ao longo de todos os meses do ano.
