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Alepa apoia o Agosto Dourado – Mês de Incentivo à Amamentação
Reportagem: Dina Santos
Edição: Dina Santos
A Semana Mundial da Amamentação, de 1º ao dia 7 de agosto, criada pela World Alliance for Breastfeeding Action (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno), é celebrada anualmente desde 1992, por mais de 170 países, com o propósito de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno – fundamental para a saúde dos bebês.
Em novembro de 2021, foi aprovado na Assembleia Legislativa, projeto do então deputado estadual Cássio Andrade (PSB), que dispõe sobre o aleitamento materno. A proposta garantia o ato da amamentação de crianças em qualquer estabelecimento, impedindo constrangimentos para a família (mãe e filho). Também determinava multa R$ 500,00 aos estabelecimentos que incorrerem nessa infração; e de 1000 para reincidentes.
Saúde - Além dos bebês, a amamentação é importante para a preservação da saúde da mulher: amamentar é sinônimo de reduzir os riscos do câncer de mama. O mastologista Fábio Botelho, do CTO, destaca a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia, de que as mulheres devem alimentar os bebês exclusivamente com o leite materno por pelo menos seis meses. A Organização Mundial de Saúde recomenda amamentar com leite materno, mesmo associado a outros alimentos, até os dois anos de idade.
O aleitamento materno promove uma substituição de tecido glandular por gordura, nas mamas, o que garante uma proteção natural e diminui as chances de adquirir o câncer de mama. Essa proteção também está relacionada aos hormônios, uma vez que no período de gestação e amamentação a mulher tem menos hormônios que estariam relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama. Essa proteção relativa, entretanto, deve estar sempre associada a outros hábitos de vida saudável, como não fumar, ter uma boa alimentação, praticar atividades físicas, manter-se com peso adequado e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
A quantidade de filhos e o aleitamento materno são fatores determinantes na diferença entre a menor taxa de câncer de mama em países mais pobres e o número maior de casos nas nações mais ricas. Esses dois fatores (número maior de filhos e mais tempo de aleitamento) evitam o câncer por conta da quantidade de hormônios femininos à qual a mulher é submetida ao longo da vida.
Amamentando ou ficando grávida, a mulher menstrua menos, o que estaria associado à prevenção ao câncer. Quanto maior o tempo que a mulher amamenta, maior é a proteção contra o câncer de mama. Em pesquisa publicada na revista médica The Lancet, foram analisadas informações de 47 estudos feitos em 30 países, com 50 mil mulheres com câncer de mama e 100 mil voluntárias saudáveis.
Os pesquisadores calcularam que para cada ano que a mulher amamenta, seu risco de desenvolver câncer de mama diminui 4,3%.
INCA - O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, no Brasil e no mundo, depois do de pele não melanoma. Eles correspondem a cerca de 2,3 milhões de casos novos (24,5%) dos casos novos de câncer diagnosticados a cada ano. São 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Brasil deverá registrar neste ano 704 mil novos casos de câncer. O número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos. A informação é do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), na estimativa nacional e regional de casos novos da doença.
No Pará, é o segundo tipo de maior incidência entre as mulheres, atrás do câncer de colo de útero.
O diagnóstico tardio, ainda predominante no Brasil, aumenta muito a gravidade da doença e os índices de mortalidade. Em contrapartida, se o câncer de mama for diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é muito bom. As chances de cura são superiores a 90%.
As taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Para o Dr. Fábio Botelho, médico oncologista do Centro de Tratamento Oncológico, o cuidado das mulheres com a própria saúde deve ser redobrado. "É do conhecimento de todos que a grande arma para redução da mortalidade reside no diagnóstico precoce, daí a necessidade de as mulheres se submeterem a exames de mamografia anualmente a partir dos quarenta anos".
Mastologista Fábio Botelho
Como detectar precocemente
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a mamografia.
O exame clínico das mamas é o procedimento onde o médico observa e apalpa as mamas da paciente na busca de nódulos ou outras alterações e deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para o Controle do Câncer de Mama. A mamografia é a radiografia da mama e é capaz de mostrar lesões em fase inicial e até muito pequenas (milímetros) e assim, permite a detecção precoce do câncer de mama.
O exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde em atendimento hospitalar qualificado para essa atividade, nem a mamografia.
Fatores de risco
O câncer é uma doença que resulta da interação entre fatores ambientais e genéticos do individuo. Entretanto, uma parcela pequena dos tumores malignos são considerados hereditários (até 10%). A maioria está relacionada a exposição a fatores ambientais (tabagismo, hábitos alimentares, infecções, exposição solar, etc).
Mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas de câncer de mama. Isso porque a exposição ao hormônio estrógeno está no auge.
Outros fatores de risco são menstruação precoce, menopausa tardia e reposição hormonal, que provocam alterações hormonais, colesterol alto e obesidade.
Mulheres que nunca tiveram filhos têm mais chances de ter câncer de mama por não terem amamentado. Lesões de risco, com alterações na mama não relacionada a câncer de mama, e tumores anteriores, aumentam as chances de apresentar outro tumor.
O consumo de álcool e o fumo também podem causar câncer de mama.

