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Alepa recebe Movimento dos Atingidos por Barragens
Reportagem: Andrea Santos
Edição: Dina Santos
O presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), deputado Chicão, junto com os deputados Carlos Bordalo (presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Alepa), Dirceu Ten Caten, Marinor Brito e Dilvanda Faro, recebeu na manhã desta terça-feira (15) os representantes do Movimento dos Atingidos Por Barragens-MAB, que apresentaram reivindicações sobre a Hidrovia Araguaia-Tocantins. 
No formato atual, o projeto visa ampliar os trechos navegáveis do Rio Tocantins para grandes embarcações, realizando drenagens e derrocamentos em diversos pontos do seu curso, garantindo, ainda, que mais navios e barcaças vindos do centro-oeste possam chegar até o Porto de Vila do Conde, em Barcarena. Com o projeto, os municípios do Baixo Tocantins serão atingidos pelas obras da hidrovia em andamento. Comunidade quilombolas, ribeirinhos, pescadores, extrativistas e moradores dos centros urbanos de diversas localidades ao longo do rio Tocantins, desde Marabá, Nova Ipixuna e Itupiranga até Cametá e Barcarena, denunciam que não terem sido consultados sobre a execução do projeto, que trará grandes impactos para a região, que já é atingida pela Hidrelétrica de Tucuruí.
"Os deputados que apoiam as ações de vocês terão meu apoio na pauta trazida a esta reunião. Irei me aprofundar mais sobre o assunto e levarei para os setores do governo", comentou o presidente da Alepa, deputado Chicão.
Presidente da Alepa, deputado Chicão, e os deputados Carlos Bordalo e Marinor Brito
Iury Paulino Bezerra, Integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos Por Barragens-MAB, avalia que, "de modo geral, buscamos através da Alepa, que seja evitado um desastre nesse projeto. De maneira imediata, queremos garantir o atendimento das pessoas que estão em situação difícil devido ao alagamento em algumas localidades próximas ao rio Tocantins. Espero que a Alepa ajude nas medidas que garantam o direito de sermos ouvidos a respeito da Hidrovia Araguaia-Tocantins".
Iury Paulino Bezerra
Segundo o deputado Carlos Bordalo, a Alepa irá levar as demandas ao governo do Pará, e assim, buscar alternativas para as questões relevantes trazidas até o Parlamento. "O presidente da Casa, deputado Chicão, se comprometeu de levar as demandas junto ao governo e, sem dúvida, haverá alternativas que colaboram com o MAB e vários outros movimentos sociais", falou.
Entre as reivindicações levadas ao Parlamento estão a suspenção imediata de todas as obras relacionadas à execução do projeto da Hidrovia Araguaia-Tocantins; a suspensão e revisão dos estudos de viabilidade do projeto já executados, com a abertura de um novo processo público de contratação de entidade para realizar os estudos; garantias para a participação ativa da população atingida, e a consulta prévia, livre e informada dos povos e comunidade tradicionais do baixo Tocantins; a criação de um plano de desenvolvimento social e econômico para toda a região atingida pela hidrelétrica de Tucuruí, considerando o passivo dos danos causados pela barragem, portos e os novos grandes projetos pensados para a região, como a Hidrovia Araguaia-Tocantins e a Ferrovia Paraense; a criação de uma mesa de negociação permanente com o governo do estado do Pará, órgãos responsáveis pela obra e representantes dos movimentos, organizações e entidades que aglutinam os atingidos e ameaçados pela Hidrovia. 
O MAB também busca, no momento, atendimento às famílias que sofrem ainda com as inundações na região do Tocantins. "Buscamos por crédito emergencial para todas as famílias atingidas pelas enchentes e abertura de comportas, no valor de R$ 20.000,00, com dois anos de carência. Queremos que as pessoas possam comprar móveis, eletrodomésticos, utensílios e fazer reparos nas suas residências", disse Iury Paulino Bezerra. 
No Pará, a maioria da população atingida está à montante da hidrelétrica de Tucuruí, especialmente na região dos municípios de Marabá, Itupiranga, Nova Ipixuna, Palestina, São João do Araguaia e São Geraldo do Araguaia, além da região do Baixo Tocantins, em Baião, Mocajuba e Cametá.
