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07/04/2022 | 18h16 - Atualizada em 07/04/2022 | 19h13

65 anos da Ceplac é comemorado em Sessão Solene no Poder Legislativo

Reportagem: Carlos Boução

Edição: Andreza Batalha

Os 65 anos de criação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) foi comemorado em uma Sessão Solene no plenário Newton Miranda do Palácio Cabanagem, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Pará nesta quinta-feira (07.04), por solicitação do deputado Eraldo Pimenta (MDB). 

Na ocasião, foram entregues 23 certificados do Poder Legislativo do Pará de reconhecimento institucional aos servidores, ex-funcionários e outras pessoas associadas ao trabalho desenvolvido pela Ceplac por relevantes serviços técnico-científicos prestados ao desenvolvimento da cadeia produtiva do cacau, com destaque à expansão e fortalecimento da cacauicultura em Sistemas Agroflorestais do Bioma Amazônia e nas regiões produtoras do Estado do Pará.

"São 65 anos de ininterrupta e profícua atuação em terras brasileiras, sendo 51 anos em solo paraense", destacou Eraldo Pimenta. 

Para o deputado, o cacaueiro sempre esteve compondo a cobertura vegetal natural da Amazônia, e, por analogia, na área territorial e bioma do Estado do Pará, embora com manejo inadequado, resultando em safras incipientes e beneficiamento pífio, de baixa representatividade à economia paraense. Em seu pronunciamento, ele dividiu a produção do cacau no país em dois momentos históricos 'díspares e complementares na atividade camponesa'.

"O período anterior ao advento da CEPLAC, explorada de forma rudimentar e empírico, e o período consequente à criação e operacionalização da empresa pública no cenário agrícola", afirmou Pimenta. Destacou o embasamento técnico, científico e tecnológico implementado pela instituição. "Refletiu significativamente no cultivo, produção e comercialização dos produtos principais e subsidiários da cadeia produtiva do cacau".

Para o superintendente regional (Pará e Amazonas) da CEPLAC, José Raul Guimarães, a homenagem foi importante e oportuna. "Muito justa em função do legado institucional deixado em função das contribuições para as regiões produtoras de cacau", ressaltou. Na avaliação de José Raul, a Ceplac, desde a sua criação, prestou um excelente serviço de assistência técnica e extensão rural e desenvolveu uma diversidade de projetos dentro de um programa de pesquisa e inovação tecnológica gerando conhecimento técnico científico para que o produtor pudesse desenvolver a cultura através do sistema agroflorestal.

Ainda de acordo com José Raul, desde 2016 o Pará transformou-se no maior produtor de cacau do Brasil. O desenvolvimento no Estado da produção cacaueira foi devido ao programa exitoso do ponto de vista de um desenvolvimento de uma cultura tropical perene. "A produção cacaueira paraense apresenta muitas vantagens comparativas que podem se tornar cada vez mais competitivas devido uma soma de fatores: clima, solo, prospecção, produção de material genético, distribuição de mudas de cacau, assistência técnica e o ambiente institucional", considerou.

O ambiente institucional que ele se referiu significa crédito rural concedido ao produtor de cacau, projetos nas áreas de defesa agropecuária, fomento, desenvolvimento agroflorestal desempenhado por diversas instituições. O superintendente considerou ainda a assistência técnica dada pela EMATER e outros segmentos e o próprio trabalho das secretarias municipais de agricultura. "Os indicadores socioeconômicos e agroambientais do Pará são expressivos graças ao trabalho de intercooperação iniciado desde o início da década de 70", ressaltou.

O presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu, Alberto Ke-iti Oppata, considerou muito importante reconhecer o trabalho da Ceplac. "Graças a Ceplac é que nós temos hoje áreas plantadas no Estado do Pará". Ele citou que somente em Tomé-Açu são 4 milhões de pés plantados e avaliou que não foi somente por causa da vontade dos agricultores, mas devido a ação da comissão. "Nossos antepassados japoneses vieram para cá 90 anos atrás, vieram plantar cacau e não deu certo, faltou conhecimento, só na década de 70 que foi implantado o cacau naquele município devido a Ceplac com o conhecimento técnico e, posteriormente, o financiamento para implementar a produção", ressaltou.

O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Estado do Pará, João Carlos Ramos, também ascendeu à tribuna para ressaltar o papel institucional da Ceplac nestes anos para o crescimento significativo da produção cacaueira do Estado, e que também a economia do Estado e as política públicas giram em torno do cacau, citou os projetos desenvolvidos e as ações de divulgação realizadas com o setor cacaueiro.

Jay Wallace, ex-diretor nacional e ex-superintendente da Ceplac, falou em nome de todos os homenageados, falando da dedicação, competência e até a excelência técnica e científica dos trabalhos desenvolvidos pelo órgão.

Constituíram a mesa oficial dos trabalhos ainda a reitora Herdjania Veras de Lima da UFRA; Paulo Augusto Lobato da Silva, diretor da EMATER; Maria Gorete da Fonseca Gomes, presidente da Câmara Setorial de Cacau e coordenadora de projetos especiais da FAEPA; Raimundo Silva, representante da Cooperativa Central de Produção Orgânica da Transamazônica e Xingu; Carla Bengtson, presidente da IDEFLOR; e Marcel Botelho, presidente da FAPESPA – Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa.

CEPLAC - A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) é um órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, atua em seis estados do Brasil: Bahia, Espírito Santo, Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.

Criada em 20 de fevereiro de 1957, época em que a economia cacaueira atravessava uma grave crise, teve sua atuação, nos seus primórdios, centrada basicamente no apoio à cacauicultura. Desde a sua criação, a Ceplac vem acumulando inúmeras conquistas, graças ao seu modelo de atuação integrada, onde num só órgão, desenvolvem-se atividades de pesquisa, extensão rural e ensino agrícola. Dentre estas conquistas destacam-se:

1) Elevação da produção nacional de cacau em 310%, comparando-se os períodos de 60/65 a 80/85;

2) Aumento da produtividade do cacau de 220 kg/ha, em 1962, para 740 kg/ha; e

3) Geração, através do Programa de Expansão da Cacauicultura - PROCACAU, de 80.000 empregos diretos.