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Alepa fala da importância do "Março Amarelo"
Reportagem: Andrea Santos
Edição: Dina Santos
O mês de março marca também a campanha "Março Amarelo", direcionada à conscientização sobre a endometriose, que atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva que sofrem com o problema. A doença é crônica, de evolução lenta, e acontece quando o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. 
Conviver com dores fortes todos os meses podem se agravar até se tornarem incapacitantes. É assim que vivem algumas mulheres. Estima-se que, em todo o mundo, a endometriose afete cerca de 200 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil. Para conscientizar a população da importância do diagnóstico para controle dos sintomas, a campanha Março Amarelo amplia o debate sobre o tema.
Na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), de autoria do deputado Dr. Wanderlan Quaresma, existe uma proposta que inclui no calendário de eventos do Pará a "Semana Estadual de Prevenção e Conscientização dos Males Causados pela Endometriose". A proposição diz em sua justificativa que "segundo especialistas, quando a mulher menstrua, minúsculos pedaços do endométrio, em vez de serem eliminados, sobem pelas trompas, na cavidade abdominal e cresçam sob a ação dos hormônios". A justificativa da proposta fala, ainda, que "o melhor caminho para a prevenção da endometriose, é estimular a prática de exercícios físicos, alimentação balanceada; redução do nível de estresse e pílulas anticoncepcionais, que ajudam a evitar esse mal". 
No início, os sintomas são discretos. Por isso, é comum a mulher não procurar ajuda. A doença provoca um processo inflamatório que pode levar anos até que os sintomas se agravem e se tornem evidentes. Por essa característica, o diagnóstico da endometriose pode demorar de 7 a 10 anos no Brasil. A endometriose pode ter um efeito devastador na qualidade de vida. Além disso, é uma condição de longo prazo e pode afetar mulheres de qualquer idade, em especial, entre 25-40 anos.
"É importante destacar a diferença entre as cólicas menstruais e a endometriose: cólica menstrual é um desconforto. No máximo, uma pequena dor, suportável. Uma dor difícil de suportar, que inviabiliza as atividades rotineiras da mulher, não é normal. É sinal de que é preciso buscar atendimento médico especializado", alerta a ginecologista Mary Valente, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO).
Os sintomas da doença são dor pélvica crônica, dor ao urinar ou evacuar, dor durante a relação sexual e uma razão comum para a infertilidade. Não há causa conhecida de endometriose, mas existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas.
Com o acompanhamento ginecológico, é possível diagnosticar precocemente a endometriose, fazer logo o tratamento e não ter o sofrimento que o diagnóstico tardio pode significar. A consulta com o ginecologista e o exame clínico são os primeiros passos, mas em casos iniciais as lesões são difíceis de diagnosticar, porque não apresentam alterações significativas nos exames de imagem. A percepção do médico ao conversar com a paciente é fundamental para o diagnóstico precoce e a busca pelo melhor tratamento, para evitar um sofrimento desnecessário.
O diagnóstico precoce é vital, pois em casos graves, com a demora pelo tratamento, a paciente pode ter obstruções intestinais, e até danos a órgãos, à medida que as lesões no abdômen e pelve se expandem. O tratamento da endometriose pode variar desde cuidados com o estilo de vida – o que inclui se alimentar e dormir bem e gerenciamento de estresse – até bloqueios hormonais com anticoncepcionais ou medicamentos mais específicos. Em alguns casos, a cirurgia é a melhor opção de tratamento.
