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Projetos que valorizam obras musicais de Fafá de Belém e Nazaré Pereira são apresentados na Alepa
Reportagem: Andrea Santos
Edição: Dina Santos
Projetos de Lei direcionados, novamente, à valorização da cultura popular paraense, foram apresentados, na manhã desta terça-feira (21.11), na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). As propostas declaram a obra musical da artista paraense Fafá de Belém e Nazaré Pereira, como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará.
Maria de Fátima Palha de Figueiredo - Fafá de Belém - é considerada uma das principais cantoras da Música Popular Brasileira. Possui 30 álbuns gravados e 15 milhões de discos vendidos. Seus estilos musicais incluem o fado, o sertanejo e a música romântica. Fafá de Belém foi anunciada como Enredo da Escola de Samba Império de Casa Verde no Carnaval de 2024, com o tema: Fafá, a Cabocla Mística em Rituais da Floresta, de autoria do Carnavalesco Leandro Barboza e pesquisa do enredista Tiago Freitas. Dona de uma das mais expressivas vendagens de discos no mercado nacional, presença constante nas paradas de sucesso e à frente de uma constante agenda de shows, a cantora conquistou duramente o posto de estrela da nossa canção popular.
Fafá de Belém
Em 1976, Fafá de Belém lançou o primeiro LP, Tamba Tajá. Seu canto seduziu o crítico de música brasileira do Jornal do Brasil, José Ramos Tinhorão, que fez elogios à jovem artista, apontando-a como "uma cantora destinada a figurar no primeiro time da atual geração de grandes intérpretes brasileiros." O álbum seguinte, "Água" (1977) confirmava todas as previsões e atingiu cerca de 95 mil cópias vendidas. Embora jamais tenha pensado em ser cantora profissional, desde os 9 anos de idade, Fafá de Belém, era uma atração nas festas promovidas pela família ou nas casas de amigos. Apesar de menina, interpretava como gente grande "Ouça", sucesso de Maysa, ou "Eu e a Brisa", de Johnny Half. Era uma garota que, como os da sua geração, amava os Beatles, era fã de Roberto Carlos e da turma da Jovem Guarda, mas também fascinada por jazz, música clássica, e que se emocionava ouvindo os grandes cantores de rádio, como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Núbia Lafayette e Orlando Silva, "Gente de punhal no peito", que ela gosta de tomar como modelos para interpretar. "Memórias", composição de Leonardo, popular compositor pernambucano, foi a canção responsável pela venda de meio milhão de cópias (Disco de Platina) do álbum "Atrevida", fez com que Fafá de Belém atingisse o auge de sua carreira, sobretudo como cantora romântica.
Nazaré Pereira
Nascida em 1939 no município de Xapuri (AC), a cantora, compositora, dançarina e atriz acreana, Maria de Nazaré Pereira -Nazaré Pereira-, perdeu o pai, seringueiro, aos quatro anos de idade e aos sete, mudou-se com a mãe e o padrasto para Belém do Pará, onde faria magistério. A artista chegou a lecionar por dois anos, mas a paixão pela arte falou mais alto e, no final da década de 60, Nazaré Pereira foi cursar teatro no Rio de Janeiro. Nos anos 70, a então atriz e diretora teatral conseguiu uma bolsa de estudos em Nanci, na França, e de lá partiu para Paris, para fazer pós-graduação na Universidade de Sorbonne. A música entrou quase que por acaso e como um ganha-pão na vida de Nazaré Pereira, que conseguiu lançar seu primeiro compacto em 1978, depois de mostrar sua versão da música Cheiro de Carolina, de Luiz Gonzaga, para o dono de uma gravadora francesa.
Hoje com mais 40 anos de carreira musical e quase duas décadas de álbuns na vida profissional, Nazaré Pereira já cantou ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Maria Bethânia, Chico César e o rei do baião Luiz Gonzaga, com quem, inclusive, compôs a música Acre Doce. É a primeira cantora brasileira a receber o prêmio Louis Ganne de Música Cantada pelo Conjunto da Obra, distinção concedida pela Sociedade de Autores, Compositores e Editores de Música (Sacem), associação francesa de gerenciamento de direitos autorais fundada em 1851. O anúncio público da premiação foi feito em junho de 2023, embora a decisão já estivesse comunicada desde abril deste ano. A premiação traz ainda mais reconhecimento para a carreira de Nazaré Pereira, que abriu muitas portas para a música paraense na Europa. Ela é um pilar da Amazônia e merece todo o reconhecimento. Nazaré Pereira, assim como muitos artista, batalham para elevar a cultura paraense mundo afora.
Depurada Lívia Duarte
Alguns dos álbuns produzidos por Nazaré Pereira são "Natureza" (1980), "Caixa de sol" (1981), "Écout le Carnaval" (1982), "Nazaré, Ses Plus Belles Chansosn" (1984) e "Para Belém, Rhithmos de L' Amazonie" (1988). "Nossa equipe pensou e mais duas artistas que sempre engradeceram a cultura paraense. São merecedoras da aprovação dos dois Projetos apresentados, hoje, por mim", disse a deputada, Lívia Duarte. "O intuito dessa Proposição é demonstrar o valor social e cultural que representa as cantoras para o patrimônio histórico-cultural paraense. Fafá de Belém e Nazaré Pereira, também são merecedoras do reconhecimento de suas obras como patrimônio cultural e imaterial do Pará", finaliza ela.
