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Notícia
Princesa do rio Trombetas, Oriximiná completa hoje 89 de emancipação política
Reportagem: Shirley Castilho
Edição: Natália Mello
A princesa do rio Trombetas, Oriximiná, completa, hoje (24/12), 89 anos de emancipação política. Uma das mais importantes cidades do Oeste do Pará, originado do povoado de Uruá-Tapera (1877), é conhecida por ser a Terra da bauxita, da pesca do tucunaré e das mais lindas cachoeiras; e agora ganha mais um destaque, pois alcançou o 2º lugar no ranking do ICMS Verde no Pará por proteger áreas naturais por meio de políticas públicas para tratamento adequado de resíduos, incentivo à reciclagem, entre outras práticas ecologicamente coerentes e responsáveis.
O Governo do Estado vem investindo na região: construção da Estação de Tratamento de Água, do Hospital Menino Jesus e do Mirante de Trombetas são exemplos de investimentos estaduais, além de obras de infraestrutura.
O Mirante de Trombetas, que está sendo construído no ponto mais alto da orla da cidade, terá quiosques, praças de alimentação, quadra de esportes e playground para a população do município de Oriximiná.
Oriximiná é um extenso e isolado município da Amazônia, sendo maior em dimensão do que Portugal. O local é conhecido por habitar cerca de 10 mil quilombolas e uma população indígena de 3.500 pessoas de diferentes povos, que ocupam 12 territórios.
O município ainda é coberto por florestas muito preservadas. Esse cenário beneficiou e protegeu os territórios indígenas e quilombolas. Todavia, o avanço da ocupação tornou essas terras cada vez mais vulneráveis e hoje é ameaçada de invasão.
O município de Oriximiná possui fronteiras internacionais (com Suriname e Guiana) e com os Estados do Amazonas e Roraima. Situado à margem esquerda do Rio Trombetas, afluente do Rio Amazonas, tem, além da área urbana, dois ecossistemas diferentes: a várzea e a floresta.
Oriximiná está inserido no segundo Estado em importância para o setor mineral do País. De acordo com o IBGE, o município tem o setor industrial como atividade predominante. A indústria extrativista natural, lá instalada, é a Mineração Rio do Norte, que explora principalmente a bauxita. A apropriação de recursos naturais é a principal atividade econômica vigente.
Apesar do crescimento econômico que a região experimentou nas últimas décadas, não houve um desenvolvimento correspondente na área social.
Outro ponto a ser destacado é a diversidade étnica e cultural da população local. Ao longo das margens do Rio Trombetas encontram-se comunidades quilombolas e populações indígenas, além da população urbana que vive no distrito.
A cidade é urbanizada e quase a totalidade de suas ruas é asfaltada. Passeios de barco, banho de rio e outras atividades de lazer nos finais de semana proporcionam um contato mais direto com a natureza.
Turismo
A Via Sacra de Oriximiná é um dos maiores eventos religiosos da região, reunindo cerca de 10 mil pessoas durante a Sexta-Feira Santa. O evento é realizado pela Pastoral da Juventude de Oriximiná em parceria com a companhia de Teatro Lo's Fulanos.
A Via Sacra é uma manifestação de religiosidade popular e de Fé, que faz parte do calendário cultural do município desde o ano 1978. O principal objetivo é contar a trajetória de vida e morte de Jesus Cristo, mostrando esse momento através de encenações teatrais ao ar livre pelas ruas da cidade.
Origem
O nome Oriximiná é de origem indígena, de procedência tupi, significando "o macho da abelha", o zangão.
Histórico
Oriximiná, localizado na zona fisiográfica do Baixo Amazonas, teve início em 1877, quando o Padre José Nicolino de Souza, natural de Faro, desbravou a região e fundou uma povoação denominada Uruá-Tapera ou Mura-Tapera, à margem esquerda do rio Trombetas. Nove anos depois, a então povoação foi elevada à Freguesia de Santo Antônio de Uruá-Tapera, por ato de Joaquim da Costa Barradas, Presidente da Província do Pará e Desembargador do Estado Do Maranhão. Em 1894 Uruá-Tapera adquiriu categorias de Vila e Município, cuja instalação deu-se no mesmo ano. Nessa época, passou a chamar-se Oriximiná e seus limites abrangiam o rio Trombetas, igarapé Sapucuá e Maria Pixi, com respectivo lago, até a boca do igarapé Timbó, seguindo ao Centro. Com a extinção de Oriximiná, em 1900, o seu território foi dividido entre os municípios de Faro e Óbidos.
Cultura
Tradicionalmente considera-se que a colonização das terras de Oriximiná começou com os estabelecimento de vários quilombos/mocambos ao longo do rio Trombetas no século XIX. Entretanto essas terras foram habitadas por povos indígenas nômades e seminômades desde tempos imemoriais.
Por volta de 1815, escravos fugidos das lavouras de cacau e das fazendas de gado da região do Baixo Amazonas refugiaram-se entre as comunidades indígenas da região, formando quilombos.
