A Assembleia Legislativa do Pará realizou nesta quinta-feira (09/06) uma Sessão Solene, em homenagem ao bom relacionamento entre Portugal e o Pará. A Sessão foi solicitada pelo deputado Chicão, presidente da Alepa, e conduzida pela deputada Nilse Pinheiro.

"Portugal é um país irmão, com fortes ligações com o Pará. Em nosso estado, temos uma comunidade portuguesa grande, daí comemorarmos desde 2017 o Dia da Comunidade Portuguesa, no dia 10 de junho. Esta Sessão é a oportunidade de homenagearmos esses irmãos que trabalham pelo Pará e seu engrandecimento", destacou a parlamentar.

Deputada Nilse Pinheiro

Reginaldo Ferreira, presidente da Câmara Portuguesa do Comércio, destacou que "sempre tivemos na Alepa um acolhimento respeitoso e parceiro. A Câmara iniciou a atuação no Pará, em 1911", avaliou.

Reginaldo Ferreira

Para Alírio Gonçalves, presidente do hospital Beneficente Portuguesa, "é justa a homenagem que a Alepa presta à nossa comunidade, por tudo o que os portugueses e seus descendentes fizeram e fazem pelo desenvolvimento do Pará".

Alírio Gonçalves

A vice-cônsul de Portugal no Pará, Maria Fernanda Granja, destacou a relação entre os povos. "Nos enche de orgulho, é muito bom ver que a Alepa – a Casa da Democracia no Pará – reconhece a comunidade portuguesa no Estado. Nossa comunidade é formada por pessoas que vieram para trabalhar aqui e contribuíram para o desenvolvimento local. São luso-brasileiros, que tem dois amores: sua terra natal e o Brasil, em especial o Pará", afirmou.

Vice-Cônsul Maria Fernanda Granja

Homenagens – A Assembleia Legislativa homenageou 40 portugueses e descendentes que vivem no Pará, pelos relevantes serviços prestados no Estado. A empresária Ana Maria Santiago discursou em nome dos homenageados. 

Ana Maria Santiago

"Tenho certeza de que nossos antepassados ficariam orgulhosos de saber que estamos perpetuando o seu legado no Pará. Esta homenagem vai ficar gravada em nossas almas luso-brasileiras", garantiu.

A Câmara Portuguesa de Comércio também homenageou a deputada Nilse Pinheiro, pela colaboração com a comunidade portuguesa. Ela anunciou que já está em tramitação na Alepa o pedido de título de Utilidade Pública à Câmara.

Pará e Portugal unidos pela história

A ligação entre Brasil e Portugal supera a distância. Com um oceano entre os dos países, a história criou elos de ligação que não se separam. No Pará, essa proximidade também se destaca, desde os tempos de colônia. Não é à toa que a província do Grão Pará foi a última a aderir à independência do Brasil. Desde então, paraenses e portugueses residentes no Pará convivem de forma integrada.

Apesar das dificuldades, o Pará sempre foi um destino certo para os imigrantes portugueses, principalmente nos períodos após as guerras mundiais e nos períodos de crise, quando o fluxo migratório aumentava. Os portugueses vinham atrás de oportunidades para melhorar de vida e o governo paraense estimulava a vinda.

O fluxo migratório teve uma mudança de direção há cerca de 20 anos. Nesse período, foram os brasileiros, entre eles muitos paraenses, que migraram para Portugal, para escapar da crise econômica no Brasil e tentar novas oportunidades na Europa.
O Pará possui hoje cerca de 15 mil portugueses residentes e um trabalho intenso com os paraenses que desejam ir para lá.

A relação histórica entre o Pará e Portugal se reflete também na tentativa dos imigrantes reconhecerem aqui um pouco de sua terra. Por isso, muitas cidades paraenses foram criadas com nomes de cidades portuguesas. São 32 localidades homônimas, onde a cultura, a arquitetura e a história são integradas.

Cidades homônimas: Soure, Salvaterra, Chaves, Monsarás, Condeixa, Mosqueiro, Alenquer, Bragança, Melgaço, Portel, Belém, Faro, Santarém e a localidade de Alter do Chão, Monte Alegre, Prainha, Altamira, Porto de Moz, Almeirim, Vigia, São Caetano de Odivelas, Colares, Óbidos, Oeiras, Ourém, Barcarena, Curralinho, Sintra (no município de Maracanã), Alcobaça (no município de Tucuruí), Freguesia de Santana (no município de Igarapé-Miri), Vigia e a localidade de Nazaré.