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01/10/2021 | 08h16 - Atualizada em 02/10/2021 | 09h51

Instituto Histórico e Geográfico do Pará garante a preservação da cultura paraense

Reportagem: Rosa Alexandre

Edição: Andreza Batalha

Colocar os pés no Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP) é adentrar sobretudo na história, geografia e na cultura do nosso Estado. O IHGP foi fundado em 1900 durante o governo de José Paes de Carvalho. Ao ser criado, a principal finalidade do Instituto era produzir e divulgar, com base em seus acervos, o conhecimento acadêmico do Estado do Pará.

Ao longo desses 121 anos, o IHGP possui acervos diversificados compostos por documentos, fotografia, mobiliário, livros, bustos, pintura e moedas. Todo esse material está à disposição de estudantes e pesquisadores de pós-graduação lato e stricto sensu.

Dentre as obras raras do IHGP estão tela de Teodoro Braga, mapas histórico-geográficos do Pará, móveis imperiais do século XIX, panfletos que retratam a agitação política contra Antônio Lemos. Para ter acesso a essas relíquias, o acadêmico precisa agendar sua ida ao Instituto, que funciona desde 1944, no Prédio Solar Barão do Guajará, na Rua do Aveiro, 62, na Cidade Nova, ao lado da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA). Esse prédio foi doado na década de 40 pela Prefeitura de Belém.

Atualmente o Instituto Histórico e Geográfico do Pará é presidido pela professora e mestra em Antropologia Social/UNICAMP, Anaiza Vergolino e Silva. Ela que ocupa a 12ª cadeira do IHGP, diz que a principal dificuldade dessa associação cultural é manter suas atividades diárias, pois o Instituto, apesar de ser uma associação privada, produz conhecimento que pode ser utilizado pelo poder público como as universidades, por exemplo.

Para não fechar as portas, o IHGP conta com o apoio e a colaboração mensal de cem reais de cada um de seus 70 sócios efetivos. Nenhum sócio efetivo recebe salário para trabalhar. O trabalho deles no Instituto é por puro amor ao conhecimento. Para se ter uma ideia da situação, o Instituto possui somente um funcionário e um bolsista. São as únicas pessoas que recebem pagamento para manter o Instituto em funcionamento.

O bolsista do mestrado em História da UFPA, Luís Augusto Barbosa Quaresma, fala da importância do Instituto para a cultura do Estado "A gente tenta cuidar ao máximo dessa documentação para poder dar disponibilidade aos pesquisadores para que eles desenvolvam suas pesquisa nas mais diversas áreas do conhecimento humano. É um trabalho muito importante, porque preserva boa parte da história da cidade desde o período colonial até os dias de hoje", observa Quaresma.

Além dos sócios efetivos, existem outras classes de sócios como honorários, beneméritos, eméritos e os correspondentes que atuam fora da Região Metropolitana de Belém. Eles representam o IHGP em Bragança, Abaetetuba, Vigia, Curuçá e Santarém. O saber produzido pelo IHGP ultrapassa os limites do Estado e do Brasil, já que tem sócios correspondentes no Rio de Janeiro e em Portugal.

O doutorando em História Social da Amazônia/UFPA, Robson Wander Costa Lopes, sócio efetivo do Instituto afirma que é um privilégio fazer parte do IHGP, porque somente aqui existem documentos valiosos como o livro de ata da Câmara Municipal de Belém, bem como, a ata da sessão preparatória da Assembleia Legislativa Provincial do Pará, do dia 2 de março de 1888.

E por falar em Alepa, o presidente da Casa do Povo, deputado Francisco Melo (Chicão) fez recentemente (31.08) uma visita ao Instituto para conhecer melhor o espaço e seus acervos. Durante a conversar com a professora Anaiza Vergolino e Silva, ele disse que pretende ajudar esse patrimônio histórico do Pará com emenda parlamentar para que essa instituição possa continuar seu trabalho de incentivo às produções acadêmicas nas diversas áreas do conhecimento humano.