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28/12/2022 | 14h02 - Atualizada em 25/01/2023 | 13h09

Alepa restaura obra de arte de Anita Panzuti que retrata a Adesão do Pará à Independência do Brasil

Reportagem: Andrea Santos

Edição: Andreza Batalha

A obra encanta aos olhos dos que passam na entrada principal do Palácio da Cabanagem, sede do Poder Legislativo Estadual, trata-se do painel "A Adesão do Pará à Independência do Brasil". A arte foi pintada pela alenquerense Anita Panzuti, com a colaboração de Betty Santos, começou a ser pintada em 1971, mas somente em 1974 foi colocada na Alepa. A obra suntuosa ocupa toda a parede frontal, tem dois metros e meio de altura e dez de largura. 

Dentre as obras estruturantes que estão sendo realizadas na Alepa desde 2021, o resgate e restauração de obras de arte ganham destaque, elas estão sob os cuidados do Departamento de Memorial do Legislativo, criado em 2013 e composto por uma equipe multiprofissional. A finalidade do departamento é resguardar a memória do Legislativo.

Um dos responsáveis pelo trabalho de restauração do painel A Adesão do Pará à Independência do Brasil é Sérgio Melo, que há 30 anos trabalha na área. "Essa obra de arte faz referência a um dos momentos mais importante da nossa história. Ela representa a Adesão do Pará à Independência. O que a Alepa vivencia hoje, ficará na história do Legislativo. A atitude do Departamento de Memória da Alepa e do presidente da Casa, deputado Chicão, é um ato de civismo e respeito à história do Pará. Esse quadro é tombado dentro do Inventário Cultural do Estado de Bens Novos. Essa é a Casa do Povo, então o quadro é do povo", destacou Sérgio Melo. 

Foram cinco meses de restauração do quadro que fica no hall de entrada da Casa de Leis e o trabalho foi desenvolvido por três profissionais: além de Sérgio Melo, atuaram Benedito Melo e Jobson Costa. "Fizemos o resgate de uma obra de arte que estava há 48 anos sem uma restauração. O painel sofreu todos os tipos de agressões possíveis, tinham rasgos, respingos de tintas, estava encardido e com marcas de grampeador. O quadro é valioso e todos nós devemos preserva-lo". 

A magnífica obra revela o momento histórico: a presença do bispo Dom Romualdo Coelho assinando o documento da promulgação da Adesão do Pará à Independência do Brasil. No centro, está o belíssimo Palácio Lauro Sodré, hoje Museu Histórico do Estado do Pará. Do lado direito, está o brigue Maranhão, ao qual o Almirante inglês Lord Thomas Cochrane foi designado por Dom Pedro a passar o comando da Marinha do Brasil e encarregou o capitão John Pascoe Greenfell de ameaçar a bombardear Belém. Eles achavam que era necessário para resguardar a cidade de uma esquadra forte em Salinópolis, que estava pronta para bloquear o acesso ao porto da capital. Essa ação provocaria o isolamento da Província do Grão Pará do resto do Brasil, se não optassem pela adesão. Dessa forma, aconteceu a adesão dos paraenses à Independência. 

A Adesão do Pará à Independência determinou a história da política paraense, foi um momento tenso, marcado por lutas travadas e consequências, como o massacre do "Brigue Palhaço" que provocou mortes e prisões na cidade de Belém. A data é destaque na bandeira brasileira, com a estrela solitária no círculo azul, acima da faixa branca. Ela é uma referência direta ao fato histórico de 15 de agosto de 1823, como sendo o último Estado a aderir à Independência do Brasil.

Servidor da Alepa há 26 anos, Paulo Lourenço é diretor do Memorial do Legislativo. Ele conta mais sobre a restauração da obra. "A atual gestão é sensibilizada às obras de arte que existem no Legislativo. O quadro que fica na entrada da Assembleia é uma tela belíssima, histórica e que, agora, está pronta para que o público possa apreciar ainda mais", disse.

Outras obras artes compõe o acervo da Alepa. "Temos na presidência da Casa, algumas telas que também foram restauradas. A parte do piso do casarão, a do teto, todos os lustres que estão lá foram recuperados, inclusive um lustre belíssimo francês. Estamos também restaurando o antigo plenarinho, denominado de auditório João Batista. Nesse local, o teto é todo trabalhado nas madeiras de cedro e mogno. O piso é de pau amarelo. São peças ícones, históricas e que estão sendo restauradas, levando a originalidade que sempre mereceram ter. Ao longo dos anos essa Casa foi esquecida, mas agora temos uma administração que zela pelo patrimônio e, principalmente, pelos que fazem a Assembleia Legislativa do Pará", destacou Paulo Lourenço.

O Departamento de Memorial do Legislativo restaurou, desde o início das obras da Alepa em julho de 2021, seis obras de arte. A nível de obra civil, a Alepa, reforma todos os departamentos que compreende o Legislativo Estadual.