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31/05/2023 | 14h02 - Atualizada em 31/05/2023 | 14h03

Dia Mundial sem Tabaco alerta para a prevenção ao câncer causado pelo hábito de fumar

Reportagem: Dina Santos

Edição: Dina Santos

Quem mantém o hábito de fumar só não vai ter câncer se morrer antes, de outra causa. Essa é uma afirmação tão fatalista quanto verdadeira. O tabaco tem relação direta com pelo menos 17 tipos de câncer e é a causa de mais de 90% dos casos de câncer de pulmão, doença que atinge, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), cerca de 30 mil brasileiros por ano. Sem contar o câncer de pele não melanoma, o de pulmão é o segundo tipo de câncer mais comum em homens e mulheres no Brasil. Além, é claro, das doenças cardiorespiratórias, cardiovasculares, metabólicas e tantas outras também causadas pelo cigarro.

Cigarros-eletrônicos - Não é apenas o cigarro comum que oferece risco. O vape, como é conhecido o cigarro eletrônico, também aumenta o risco de doenças relacionadas ao fumo.
Estudos e pesquisas relacionadas ao cigarro eletrônico comprovam os malefícios do uso do produto. Além da nicotina, existem dezenas de outras substâncias tóxicas nos cigarros eletrônicos. Além do mais, a bateria e a resistência usadas para formar o vapor também liberam metais que acabam inalados pelo fumante, aumentando ainda mais o risco.

Como medida de precaução e segurança à saúde e à vida da população, o deputado Fábio Freitas elaborou Projeto de Lei que proíbe a produção, comercialização e uso do Dispositivo Eletrônico para fumar (DEF), conhecido como cigarro eletrônico ou E-cigarretes que substituem o cigarro, ou cigarrinha, charuto, cachimbo e similares. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso, porém, muitas pessoas insistem em produzir e comercializar os dispositivos eletrônicos. A matéria segue para tramitação nas comissões e depois será votada em plenário.

"Sabemos que esses cigarros eletrônicos têm um poder absurdo no organismo. Por isso, protocolei hoje um Projeto de Lei que proíbe a comercialização, importação e produção de quaisquer dispositivos eletrônicos no estado. Todos têm como base o tabaco e além da nicotina, possuem monóxido de carbono, alcatrão. Aparentemente são inofensivos, mas trazem grandes prejuízos à saúde", ressaltou Fábio Freitas.

Estatística - As estatísticas oficiais do câncer de pulmão são alarmantes. Para o Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 aponta que ocorrerão 704 mil casos novos de câncer, sendo 32.560 casos de câncer de pulmão. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o de pulmão é o tipo que ocupa a quarta posição entre os cânceres mais frequentes no País.

O número anual de mortes pela doença é quase o mesmo: são cerca de 30 mil mortes por câncer de pulmão, por ano, no Brasil.

Em nível mundial, é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre homens e o quarto mais comum entre as mulheres. Desde 1985 ele é o primeiro câncer em mortalidade no mundo. A estimativa da Organização Mundial da Saúde é de que 7 milhões de pessoas morrem anualmente por causa do tabagismo. É o tipo de câncer que mais causa mortes no mundo. Destas, 900 mil são vítimas do fumo passivo.

O risco de um fumante ativo ter câncer é 80 vezes maior em comparação com alguém que não tem contato com cigarro. No caso dos fumantes passivos, o risco de desenvolver a doença aumenta de 16 a 25%. Quase 13% das vítimas fatais do tabaco não colocam um cigarro na boca. O Brasil tem hoje cerca de 21 milhões de fumantes, segundo dados do Ministério de Saúde.

Parar de fumar é uma das principais recomendações para quem quer ter uma vida mais saudável e reduzir o risco de doenças graves. "Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos cânceres podem ser evitados se adotarmos hábitos saudáveis. Evitar a obesidade, o sedentarismo e o álcool, ter uma boa alimentação e, especialmente, não fumar são atitudes fundamentais para viver mais e com qualidade", explica o oncologista Sandro Cavallero, do Centro de Tratamento Oncológico. Entre os chamados cânceres evitáveis, o de pulmão é o mais comum.

Sintomas - A doença pode ser diagnosticada em qualquer pessoa e em qualquer idade, entretanto, segundo a American Cancer Society, o câncer de pulmão atinge principalmente pessoas mais velhas. O INCA aponta que, no Brasil, 90% dos casos de pulmão são diagnosticados após os 50 anos.

O câncer de pulmão é assintomático em fases iniciais, mas as pessoas devem ficar atentas. "Sintomas como tosse e rouquidão persistentes, sangramento pelas vias respiratórias, dor no peito e dificuldade de respirar devem ser investigados", afirma o médico. "Ainda que estes sintomas não signifiquem câncer de pulmão, necessariamente, é imprescindível ter uma orientação médica, para, se for o caso, investigar melhor".

Fatores de risco

- 85% dos casos estão associados ao consumo de derivados de tabaco.
- 15% dos casos são ligados à poluição do ar e a agentes químicos, outras doenças que atingem o pulmão, fatores genéticos, entre outros.

Evitável - Até os 75 anos de idade, 1 em cada 5 brasileiros deve desenvolver algum tipo de câncer. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que mais de 30% dos cânceres podem ser evitados com a adoção de um estilo de vida saudável. "São recomendações que servem não apenas para evitar o câncer de pulmão, mas para muitas outras doenças. Não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, não ser sedentário ou obeso, dormir bem e cortar ou pelo menos reduzir o consumo de álcool são medidas que mudam a vida para muito melhor, que todos precisam perseguir. Pelo menos 1/3 dos cânceres podem ser evitados com essas medidas", afirma o oncologista.

As pesquisas já comprovaram que o fumo está relacionado a 17 tipos diferentes de câncer. E os fumantes passivos também são diretamente afetados.

Prevenção

- Evitar o tabaco e estar próximo de fumantes (exposição passiva)
- Manter uma alimentação balanceada
- Praticar exercícios físicos regularmente
- Evitar ambientes com poluição intensa
- Evitar a exposição a agentes químicos como urânio, arsênico, cromo, cloreto de vinil

Diagnóstico tardio – Os tumores detectados tardiamente têm as maiores taxas de mortalidade. É o caso do câncer de pulmão, cujas vítimas costumam demorar a procurar auxílio médico. Não é novidade que o câncer de pulmão é mais incidente entre fumantes, que geralmente só vão ao médico quando surgem sintomas como sangramentos ou pneumonias frequentes. Nestes casos, a doença já está em estágio avançado.

Pesquisa divulgada pela organização não governamental Instituto Oncoguia, baseada nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostra que 86,2% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em estágio avançado, no Brasil. Nos estados do Pará, Ceará e Bahia os registros tardios chegam a 95% e, em Sergipe, 100%.

"Esses números são extremamente preocupantes, considerando que o câncer de pulmão é o que tem maiores índices de mortalidade no mundo e as chances de cura estão diretamente relacionadas ao estágio em que a doença é descoberta", alerta a Sandro Cavallero.